A
independência das fraldas é uma conquista muito comemorada
pelos humanos, e depende, segundo o senso comum, de
duas coisas: reconhecer quando se está com vontade;
e controlar os músculos dos esfíncteres, para não deixar
passar nem pensamento em horas e locais impróprios (estar
"apertado", portanto, é uma expressão perfeitamente
adequada da situação...). O assunto é, naturalmente,
difícil de se estudar: como convencer voluntários a
se deixar examinar justo na hora de apertos tão, digamos,
fisiológicos?
Mas
um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de
Wisconsis, nos EUA, conseguiu convencer 17 homens e
mulheres a fazer força para contrair o esfíncter anal
deitados dentro de uma máquina de ressonância magnética
funcional. Os resultados foram publicados em fevereiro
no American Journal of Physiology. Enquanto os voluntários
faziam força para segurar um número 2 imaginário, os
pesquisadores encontraram aumento na atividade cerebral
justamente onde seria de se esperar: nas regiões sensoriais
e motoras primárias, que representam sensações e comandam
movimentos do corpo; no córtex insular, que representa
o estado fisiológico do corpo; no córtex cingulado,
que representa as "vontades" do corpo; e no
córtex pré-frontal, responsável por não deixar outras
áreas do cérebro fazerem a coisa errada na hora errada.
E quanto mais força eles faziam, mais intensa era a
ativação dessas áreas no cérebro.
Não
é nenhuma surpresa, e a descoberta não deve mudar a
vida de ninguém - além, é claro, de você agora saber
a quem pedir ajuda para agüentar um pouquinho mais:
bata um papinho com seu córtex pré-frontal. Pesquisadores,
por outro lado, ganharam uma dica: quando a ínsula,
o cingulado e o córtex pré-frontal começarem a se manifestar
no cérebro do paciente deitado há algumas horas no tubo
do aparelho de ressonância, talvez seja hora de deixá-lo
ir ao banheiro...
Fonte:
http://www.cerebronosso.bio.br/ |