FISIOLOGIA DA HIPNOSE
 

Em recentes estudos feitos nos anos de 1990, os cientistas descobriram que o coração tem um sistema nervoso independente que recebe e manda informações ao cérebro, criando uma via de comunicação direta entre coração e cérebro. Esse sistema nervoso cardíaco pode sentir, aprender e se lembrar. Segundo Cameron (2002), o coração envia informações ao cérebro dizendo o que fazer, e o cérebro responde ao coração. Essa informação inovou a ciência que pensava que o cérebro é que sempre comandava o coração.

A taxa de batimentos cardíacos varia em todos os Seres Humanos. Porém, quando um indivíduo está estressado, com medo, raiva, tensão, etc., sua variação é maior e altamente prejudicial à saúde do coração, bem como a saúde mental/psicológica. O contrário ocorre quando o indivíduo está calmo e relaxado, nesta condição a variação dos batimentos é de 60 a 80 bpm (batimentos por minuto). Nas duas situações (tensão e relaxamento), o coração comunica com o cérebro, através do nervo vago¹, informando se está se sentindo bem ou mal.

A digestão, respiração e o cérebro estão diretamente influenciados pelo coração. Quando experiências positivas são vivenciadas (relaxamento, descanso, namoro, carinho, etc.), o ritmo cardíaco está harmonioso e coerente, contribuindo para o bem estar do corpo e da mente.

Segundo o cientista Mc Craty (2006), quando experiências negativas são vivenciadas (stress, raiva, tensão, medo, ódio, ansiedade, etc.), o ritmo cardíaco fica caótico e entra em stress.

Nas experiências positivas, o organismo produz ocitocina². Nas experiências negativas, o organismo produz cortisol³ e noradrenalina⁴.

Quando se respira profundamente, utilizando o mesmo tempo, para inspirar e expirar, os órgãos ficam inchados porque o pulmão se enche de ar. Dentro do corpo humano, o coração é “abraçado” e se sente aconchegado, gerando a sensação de bem estar e tranquilidade, como se o corpo estivesse aconchegado no útero (primeira memória de aconchego).

No momento em que ocorre a respiração profunda e o coração se sentindo aconchegado, ele manda, através do nervo vago, uma mensagem para o cérebro solicitando a produção de ocitocina, pois tudo está bem. Com a produção de ocitocina, o organismo paralisa a produção de cortisol e de noradrenalina. Consequentemente, o indivíduo se sente em paz e tranquilo. Isso ocorre também quando um indivíduo está em transe, se sentindo bem, calmo, em paz e tranquilo.

[1]. Nervo vago: Parte do Sistema Nervoso que sai do crânio pelo forame jugular. Recebe inervação parassimpática e comunica o coração.

[2]. Ocitocina: Hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado pela hipófise posterior. Ele age como um regulador (neuromodulador) de diversos processos, tais como ansiedade, libido e interação social. Ela é considerada como o “hormônio do amor”, é alvo de recentes pesquisas, pois melhora consideravelmente a interação social, realização de vínculos afetivos e relação intrapessoal.

[3]. Cortisol: Hormona que estimula a quebra de proteínas, gorduras e providencia metabolização da glicose no fígado. É considerado o hormônio do stress, ativa respostas do corpo ante a situações de emergência, aumentando a pressão arterial e proporcionando energia muscular.

[4]. Noradrenalina: É uma monoamina que influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação. É considerado por vários cientistas e pesquisadores como o neurotransmissor do stress.