A dentina, constitui a massa principal do dente e lhe dá a forma geral. É caracterizada como sendo um tecido duro, assim como o osso, mas permeável, com microtúbulos em toda a sua espessura. Formando-se um pouco antes do esmalte, é o que determina a forma da coroa dentária (parte visível do dente), o número e também o tamanho das raízes. Como um tecido vivo, contém em seus microtúbulos prolongamentos de células especializadas (os odontoblastos). Diferentemente do esmalte biologicamente não vital, a dentina deve ser vista como uma extensão anatômica e fisiológica da polpa.
A sensibilidade pós-operatória é toda e qualquer reação sensitiva que ocorre nos tecidos dentais e adjacentes.
Este tipo de sensibilidade é desencadeada por fatores relacionados a qualquer tipo de procedimentos que injuriem os mesmos, causados ou não pelo profissional. Tais procedimentos podem ser citados como: excesso de material restaurador tanto oclusal quanto proximal; uso de brocas sem refrigeração adequada e sob pressão ostensiva; materiais de forramento utilizados inadequadamente; procedimentos restauradores feitos sob isolamento absoluto podem causar, através do grampo, sensibilidade pós-operatória; o uso da tira matriz e cunha sem pressão digital causam excesso proximal que pode levar à retração; ataque ácido em tempo excessivo; ressecamento da dentina com jatos de ar. As resinas compostas fotopolimerizáveis não colocadas sob incrementos no preenchimento das cavidades, sofrem contrações (estresse) gerando “gaps”. O amálgama sem ser feita a condensação adequada gera infiltração.
Podemos constatar a importância de evitar as microinfiltrações em restaurações e por conseqüência, cáries secundárias, irritação pulpar e sensibilidade pós-operatória. Restaurações com infiltração colaboram para colonização de bactérias entre o material e a interface dentinária, podendo tornar os dentes sensíveis.
Pelo que se pode constatar, a partir do momento em que se “invade“ o elemento dental e seus tecidos adjacentes, há sempre possibilidade de sensibilidade pós operatória, exposição com o meio, contato com bactérias, etc. Além disso, por mais que os materiais de forramento ou restauradores sejam o mais biocompatível possíveis, de uma forma ou de outra estão propensos a causar certa sensibilidade, mesmo sendo quase imperceptível.
O cirurgião-dentista poderá dar ao paciente sensibilizado uma boa assistência, mas enquanto a causa da doença, permanecer nos dentes, a maioria dos medicamentos somente aliviará os sintomas sem curar a doença. Sabendo que o grau da reação de sensibilidade depende muito das precauções tomadas pelo dentista. É por isso que hoje uma das preocupações é conservar ao máximo a estrutura hígida do dente e escolher maneira criteriosa a técnica e o material a ser usado em determinado procedimento restaurador.