O comportamento humano é orientado, basicamente, para a busca do prazer ou para o afastamento da dor. Nossas emoções e sentimentos fazem com que busquemos algo satisfatório, ou então fazem com que evitemos a insatisfação. Neste caso, temos dois tipos de emoção: aquelas que nos impulsionam e aquelas que nos retraem. A psicologia tradicional nos ensina que nós trazemos ao nascer, algumas emoções básicas e autênticas: o medo, a raiva, a tristeza e a alegria. Todas elas têm uma função importante em nossas vidas. Mas infelizmente a maioria dos seres humanos ainda tem dificuldade de canalizar estas emoções de forma inteligente. Neste artigo, emoção e sentimento serão classificados como estados emocionais.
O ser humano possui em seu cérebro uma estrutura chamada de sistema límbico, responsável pelas emoções e sentimentos. O sistema límbico, quando recebe um estimulo, seja ele visual, auditivo ou cinestésico, envia “mensagens” para o tálamo (a maioria dos impulsos sensitivos passam pelo tálamo) e hipotálamo (integra o sistema endócrino ao sistema nervoso autônomo e atua como responsável pela manifestação das emoções e sentimentos – controle emocional) que automaticamente produz repostas, ativando o sistema endócrino glandular, e então temos um estado. Quanto maior for a repetição de determinados estímulos sensoriais em nosso dia-a-dia, mais habituado o organismo ficará com determinadas substâncias produzidas em decorrência destes estímulos.
A raiva, por exemplo, é um estado que resulta de uma quantidade excessiva de adrenalina na corrente sanguínea. De acordo a psicóloga Susan Andrews, autora do livro “Stress a Seu Favor”, quanto mais o individuo repete este estado, e reprime-o, mais propenso ficará a ter hipertensão, insônia e enfraquecimento do sistema imunológico. Já o medo é uma resposta psicofisiológica a situações ameaçadoras, e quanto mais se repete este estado, mais o hormônio adrenocorticotrófico será produzido no organismo, preparando o individuo para “fuga”, ou “luta”. A alegria, a felicidade e a motivação, por exemplo, são sentimentos de energia que resultam de grande quantidade de dopamina, e dos neurotransmissores serotonina e endorfina. Todas estas informações servem para entendermos que existem, de maneira geral, dois tipos de sentimento/emoção: bom e ruim.
Quanto mais estados positivos escolhemos sentir, mais “viciadas” ficarão nossas células do corpo com este sentimento, e mais sede o organismo terá pelas substâncias químicas que produzem o bem-estar e a energia. Quanto mais estados negativos escolhemos sentir, mais acostumados ficaremos a viver uma vida de forma apagada. Quais são as emoções e sentimentos que você tem dado mais espaço em seu organismo? Quais são os sentimentos que você prefere sentir predominantemente?
Não quero afirmar que devemos descartar as emoções e os sentimentos negativos. Jamais. Devemos saber como interpretá-los e como usá-los de forma apropriada, ou seja, vai depender de como você percebe o que você sente. O medo você pode classificá-lo como um grande vilão diante de diversas situações de sua vida, ou você pode percebê-lo como uma proteção útil, uma atenção concentrada para que você se adapte melhor a situação.
Quando você elabora formas diferentes de perceber seus sentimentos, com ricas escolhas, você transforma aquela emoção ruim em algo bom, algo ruim se transforma em algo útil. Assim você estará criando o “poder” de fazer quem que suas emoções sejam suas aliadas. Mas quem escolhe é você. Portanto, qual das duas opções de emoção/sentimento você deseja repetir em sua vida: boa ou ruim? Saiba que você pode produzir o melhor estado emocional para si, desde que você esteja preparado para perceber e administrar melhor os estímulos que chegam em seu cérebro. Então, faça a sua escolha.