No caminho do ser humano, desde a condição fetal, ele adquire formas que mudam continuamente da concepção ao nascimento, passando pela formação da célula até a formação mamífera e humana.
Após o nascimento esse processo se reproduz na relação com o meio ambiente. Durante o primeiro ano a criança aprende a sair gradativamente de uma posição horizontal, posição esta de dependência, para uma posição vertical. E, à medida que cresce assume o seu próprio caminho ao invés de ser conduzida.
A árvore enraíza-se na terra e pode crescer forte e segura ou frágil e aniquilada. Isto vai depender do solo que a acolhe e do clima da região. O mesmo acontece ao ser que se enraíza num solo pobre e duro ou num solo fértil e nutritivo.
Somos plantados no mundo – de um lado as raízes que nos fixam e do outro galhos e folhas – relações sociais que nos ligam a esse mesmo mundo.
Para nascer precisamos corporificar. O espírito precisa de um corpo.
E o corpo expressa, em sua forma, a elegância ou deselegância, a expressividade ou não, a contenção ou soltura.
Também podemos ser desenraizados diante de uma tempestade emocional, da mesma forma que os vendavais arrancam as árvores.
Estruturalmente vida, corpo e natureza se fundem.
Stanley Keleman nos ensina que nos formamos e reformamos o tempo todo. E isto não ocorre somente no corpo, mas também na mente e na psique. Ou seja, esse processo formativo acontece em cada atitude, em cada decisão, em cada pensamento. E quando não gostamos do resultado podemos estabelecer uma nova formação, ou uma reforma.
Nesse processo formativo a atitude envolve a mente e os aspectos celulares, musculares e emocionais.
Crenças extremamente rígidas produzem atitudes rígidas e corpo rígido. É um corpo que não pode se sentir livre é um corpo que não se move livremente. São sentimentos contidos, aprisionados, acorrentados como o corpo.
Se a capacidade de auto-expressão do indivíduo estiver severamente limitada, possivelmente ele deve ter desenvolvido atitudes defensivas ou atitudes que restringiram a expansão da sua excitação. Isto o faz se comportar como um ser conservador, desconfiado e precavido, se apoiando em condutas conhecidas e seguras.
Quando ele passa a confiar no mundo que o cerca, quando ele consegue desmanchar os componentes neuromusculares e emocionais que o limitaram, ele desenvolve atitudes que expandem os seus limites. E aí ele corre para esse mundo, com os braços erguidos, o peito e o coração abertos, acreditando neste acolhimento, que na realidade foi reconstruído dentro dele.
Não podemos nos esquecer desta grande benção que nos foi dada: “somos a única raça que tem o poder de estudar a si mesma”.