Integração sensorial e distúrbios escolares

À aproximadamente 40 anos, A Jean Ayres, terapeuta ocupacional, americana empenhou-se em tentar descobrir as razões que fazem com que a criança não consiga aprender como as outras e os problemas que isso acarreta.
Focalizou seu trabalho em distúrbios de aprendizagem, perceptivos e de comportamento, deu início a um longo processo que continua até hoje.
Muitas crianças têm problemas de aprendizagem e comportamento devido a um distúrbio de funcionamento cerebral conhecida como DISFUNÇÃO CEREBRAL MÍNIMA (DCM). Estas crianças geralmente parecem normais e algumas se situam na faixa média ou até superior nos testes de inteligência.
Estas crianças não conseguem integrar os estímulos sensoriais à nível encefálico como as crianças normais e podem gerar problemas de comportamento, de aprendizado, de linguagem, no brincar, habilidade de entender e relacionar-se com outras pessoas.

Os problemas e nomes que a DCM acarreta são: desabilidade perceptual motora, desabilidade de aprendizagem, desordem neurológica de aprendizagem, disfunção erebral, dislexia, síndrome hipercinética e desabilidade conceptual.
É mais comum em meninos do que em meninas. As causas da DCM podem ser: infecções, traumas, problemas durante a gravidez, fatores genéticos, experiências precoces na vida da criança, traumas emocionais, disfunção auditiva e disfunção visual.

As crianças com DCM podem ser erroneamente classificadas como preguiçosas, mimadas, desatenta, etc e futuramente sofrem insucesso na aprendizagem ou no relacionamento com outras pessoas

A Integração Sensorial pode ser compreendida como a capacidade de organizar informações sensoriais do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do corpo no ambiente.

O objetivo deste artigo é descrever o que pode caracterizar um distúrbio de aprendizagem e como a terapia da integração sensorial pode ajudar a ameniza-lo e até soluciona-lo.

Desenvolvimento da Integração Sensorial de 0 a 7 anos

0 a 2 anos
Aprende através de estímulos sensoriais, adapta comportamento reflexo à ação com objetivo, brincar exploratório, atinge a homeostase exploratória, auto-regulação de alerta e atenção.
Nesta fase é importante o contato físico, abraços apertados, atividades resistivas oro-motoras (soprar bolinhas de sabão, soprar balão, apito, gaita, flauta, soprar bolhas dentro do copo, etc), músicas, escvação dentária, massagem principalmente na planta dos pés, balança, gira-gira, guerra de travesseiros.

2 a 4 anos
Integração dos lados do corpo, cruzamento da linha média, desenvolvimento das reações de equilíbrio, desenvolvimento de esquema corporal, planejamento motor grosso, imitação no brincar.
Nesta fase é importante jogos direcionados a desenvolver a habilidade entre as duas partes do corpo (jogar bola para pegar com a mão direita ora com a esquerda e ora com as duas o mesmo se repete para com os pés e outras partes do corpo), sentar a criança sobre o skate e desliza-la, coloca-la em balanças de cavalo, brincar na rede, brincadeiras em frente ao espelho para imitar, andar em cima de pneus, pular com os dois pés dentro e fora do pneu e depois dificultar par pular com um pé de cada vez, etc.

5 a 7 anos
Melhora da habilidade de discriminação sensorial e de planejamento motor fino, estabelece a lateralização e o brincar passa a ser social.
Aqui a criança já é capaz de pular corda, andar de patins, skate, bicicleta, jogos com bola passam a ter maior habilidade, jogos com raquete, etc

Assim a criança que pula fases ou não as vivenciam de maneira positiva podem vir a apresentar distúrbios de aprendizagem futuramente.
Não existe uma regra. Pode ser que haja crianças que passem sem apresentar distúrbios mas há a chance de uma criança que não tenha vivenciado estas fases e apresentem alguma dificuldade na escola ser decorrente de uma disfunção de integração sensorial.

Existe uma motivação interna nos seres humanos para fazer atividades que promovam o desenvolvimento do cérebro. Podemos listar a vontade de aprender, experimentar, fazer, etc. Os seres humanos procuram sensações que estimulam ou ativam as células nervosas iniciando processos neurais, no caso dos adultos através de cursos, aprimoramento , etc nas crianças isso ocorre através das brincadeiras. Logo se as sensações se organizarem neurologicamente permitirão comportamentos adaptativos apropriados e neste instante entra a terapia de integração sensorial onde a criança irá escolher o estímulo e a terapeuta irá auxilia-lo a gerar a resposta e com a prática estas respostas passam a ser organizadas neurologicamente quase que automaticamente.

Existem testes específicos que devem ser aplicados por um profissional habilitado e a criança apresenta melhoras rápidas e importantes ao ser submetida ao tratamento de integração sensorial.

Ao perceber sintomas procure uma fisioterapeuta e uma terapeuta ocupacional especializadas em distúrbios infantil.

Veja todos os artigos de

Outros artigos

Quando eu devo levar a criança para exame ocular?

Não há idade fixa para ir ao oftalmologista! Recém-nascidos que apresentem fotofobia, olhos vermelhos ou com secreção, pupila branca, lacrimejamento constante, estrabismo ou olhos esbranquiçados devem ser levados de imediato....

Seu corpo, seu mundo

No caminho do ser humano, desde a condição fetal, ele adquire formas que mudam continuamente da concepção ao nascimento, passando pela formação da célula até a formação mamífera e humana....

A máquina mais poderosa

Uma quantidade considerável de estudos científicos sobre o cérebro humano estão desvendando os “poderes” desse órgão. A máquina mais complexa que existe é o cérebro. Já é possível entender como...

Aposentadoria é o fim da vida?

Freud foi sem dúvida um otimista produtivo, mas pessimista quando declarou que o método psicanalítico se aplicava às pessoas de até quarenta e cinco anos de idade, visto que a...

Acidente vascular celebral

O acidente vascular cerebral ( AVC), também conhecido popularmente como derrame, é caracterizado por um súbito aparecimento de deficiências neurológicas, decorrentes da perturbação do suprimento sangüíneo para uma região do...

O uso de novas técnicas na odontopediatria

Prezado leitor Nossa pagina tem a intenção de trazer até você informações variadas sobre odontologia de uma forma simples e de fácil entendimento para as pessoas leigas no assunto. Então...