Em 1976 Richard Bandler e o professor de lingüística John Grinder solidificaram a Programação Neurolingüística (PNL) e escreveram o primeiro de vários livros explicando suas descobertas sobre comunicação, mudanças em pessoas e ensino.
O primeiro livro deles, chamado A Estrutura da Magia (Bandler e Grinder, 1977) explicava que, pelo entendimento das “linguagens” internas do cérebro (neurolingüística) qualquer um poderia aprender a atingir os excelentes resultados dos melhores comunicadores, professores e terapeutas. Antes da publicação Bandler e Grinder mostraram cópias de seus livros aos especialistas, cujas habilidades eles modelaram, pessoas como o médico hipnoterapeuta Milton Erickson, o antropólogo Gregory Baterson e certamente Virginia Satir, conceituada terapeuta familiar, a qual foi um dos modelos para a PNL.
Professores em todo mundo tem relatado desde então, de como eles apreenderam, a “estrutura da magia” da Programação Neurolingüística e como têm alcançado o sucesso no processo ensino-aprendizagem.
A PNL oferece Para os professores importantes benefícios:
Fornece um novo modelo de como as pessoas aprendem. O exato entendimento da forma como o cérebro trabalha; podemos dizer que a PNL é “o manual do usuário do cérebro”
Comparando a um computador, sem o manual você sabe que o mesmo tem uma vasta memória e pode fazer coisas admiráveis. Se você fica “tentando cegamente”, você eventualmente acaba “tropeçando” nestas coisas admiráveis. Mas com o manual você pode escolher exatamente o que você pode fazer, e ter o computador operando perfeitamente todas as vezes.
Em PNL, nós sabemos os programas (ou estratégias, para usar um termo da PNL) nos quais excelentes estudantes tropeçaram acidentalmente: a estratégia que soletradores exímios usam para memorizar palavras; a estratégia que leitores entusiastas usam para ler rapidamente seus livros em uma fração do tempo e assim por diante.
Todavia, o ser humano é mais do que um computador.
Aprender e criar funcionam melhor quando a mente do estudante está livre da distração, quando está em estado de calma e alerta quase meditativos. Pesquisas mostram que conseguindo que os estudantes relaxem no inicio de cada sessão de estudo, o seu rendimento aumentará 25%. A PNL nos fornece algumas maneiras notáveis de colocar os estudantes rapidamente naquele estado, permanecendo em “sintonia”. Aprender novas informações não é tanto o resultado de um esforço concentrado pela mente consciente, mas muito mais o resultado de uma atenção relaxada, quase inconsciente. Crianças aprendem canções infantis e canções dos comerciais da TV não estudando-as conscientemente, mas apenas porque elas estão relaxadas enquanto elas as ouvem. Você anda de bicicleta.
O que a PNL oferece ao professor é a habilidade para, sem resistência e rapidamente, levar os alunos a este estado de relaxamento. As habilidades da PNL que alcançam isto foram modeladas do hipnoterapeuta Milton Erickson. Elas são similares às técnicas desenvolvidas em Sugestologia do hipnoterapeuta Georgi Lozanov. O resultado é como ligar a memória de seus alunos na 1ª marcha nos primeiros minutos em sala de aula.
Outra forma básica que a PNL usa para colocar os estudantes dentro deste estado mental é a ancoragem. Aqui temos um exemplo do que eu considero ancoragem. As vezes quando você está ouvindo rádio, você ouve uma canção que não ouvia há anos, uma canção que foi sua favorita há muito tempo atrás. Ao ouvi-la, todas as sensações daquele tempo podem voltar, até o som das velhas vozes e as imagens daqueles lugares preferidos podem ressurgir. “A âncora” da canção levou você de volta àquele “estado”. Da mesma forma, quando você volta a visitar sua antiga escola, a âncora traz de volta a sensação de ser de novo estudante (nem sempre tão positiva, como no caso da canção!).
Uma vez entendido este processo, você poderá projetar âncoras poderosas que farão com que instantaneamente seus estudantes sintam-se confiantes, curiosos e ávidos por aprender. Até tocar a mesma música no início de cada uma de suas aulas auxiliará seus alunos a atingirem rapidamente aquele estado mental adequado para o assunto.
Se a PNL apenas nos desse estas novas poderosas formas de aprendizado para os estudantes, ela já teria merecido seu lugar no centro da revolução da aprendizagem. Mas a PNL fornece também um modelo inteiramente novo do que é o ensino, de como os professores mais eficazes são hábeis em criar o senso de “rapport” com seus estudantes, de motivá-los e inspirá-los a alcançar o seu melhor. Num mundo onde o professor compete com a TV, o vídeo-game e a cultura popular pela atenção do estudante, isto não é pouco. A PNL mostra como utilizar cada um de seus movimentos e cada uma de suas palavras de maneira que ajudem você a conseguir que seus estudantes acreditem e se tornem famintos de aprender permanecendo sempre em “sintonia” com o professor.
A PNL não é uma técnica; é uma centena de técnicas no contexto adequado, que faz com que elas tenham sentido. É uma ciência e também é uma arte cujo objetivo é alcançar a excelência humana.
Uma simples experiência que explica o modelo da PNL, de como funciona a sua neurologia (ou para usar um termo menos formal, seu “cérebro”).
Pense em um limão fresco. Imagine um agora em sua frente, e sinta como é pegá-lo em sua mão. Pegue uma faca e corte uma fatia e ouça o leve som do suco escorrendo. Cheire o limão, enquanto você leva a fatia até sua boca e dê uma mordida. Sinta o gosto ácido da fruta. Se você na realidade se imaginou fazendo isso, sua boca está agora salivando. Por que ? Porque seu cérebro seguiu suas instruções e pensou, viu, ouviu, sentiu, cheirou e provou o limão. Seu cérebro “tratou” o limão imaginário como se ele fosse real, e preparou a saliva para digeri-lo. Ouvindo, olhando, sentindo, cheirando e provando são as “linguagens” naturais da sua neurologia. Quando você usa estas linguagens, sua neurologia considera o que você está pensando como “real”.
No passado alguns professores pensavam que aprender era apenas uma questão de “pensar” sobre o assunto, de usar palavras. Mas quando estudantes aprendem, eles estão usando os 5 sentidos básicos, assim como a 6a. linguagem do cérebro – as palavras. Na PNL as seis linguagens do cérebro são chamadas de Sistemas Representacionais:
- · VISUAL (vendo as imagens)
- AUDITIVA (ouvindo os sons)
- CINESTÉSICA (sentindo as emoções do corpo, olfativa – cheirando fragrâncias, paladar – provando os gostos e tato – tocando objetos e ou pessoas, por exemplo)
Alguns estudantes usam muito pensar em palavras (auditivo). Eles querem saber a “informação” que você está lhes dando. Mas para outros estudantes, poderem “ver a imagem” do que você está lhes mostrando (visual) é mais importante. Outros quererão “sintonizar com os temas principais” contidos nas suas palavras (auditivos) ou “agarrar-se com a lição” e “trabalhar vivenciando os exemplos” (cinestésico). Se você ouvir as palavras que os estudantes usam, na realidade elas lhe dirão quais são os seus sistemas sensoriais favoritos para representar sua aprendizagem (chamado em PNL de Sistema Representacional Preferido). Professores eficazes aprendem “a falar em cada um dos sistemas representacionais” (Bolstad).
A PNL dá a você inúmeras formas para alcançar os estudantes que você tem em sala de aula. Se há alguns de seus alunos que parecem não aprender, você pode não estar ensinando no sentido em que eles pensam. Por exemplo, para atingir os visuais você poderá escrever as palavras na parte superior do quadro e desenhar mais diagramas. Para atingir os auditivos, você pode escolher mais discussões e usar música. Cinestésicos gostam de se movimentar (você provavelmente já os notou) e eles gostarão de serem aproveitados em atividades como dramatizações.
Você pode ajustar sua linguagem para combinar com cada um dos sentidos principais (se você não percebe isso, você pode estar perdendo uma chance importante de sintonizar com alguns de seus alunos mais “desafiantes”). Quando você usa todos os três sentidos mais importantes em sua sala de aula, os cérebros de seus alunos serão mais profundamente ativados. Eles ficarão sedentos de seus ensinamentos, tal qual sua boca salivou por aquele limão.
Aqui está um comentário de Mick Statham, o professor titular de ciências.
“As habilidades de auto gerenciamento que aprendemos com Nick incluiram o controle de estados. Também aprendemos que o estado em que nos encontramos é o fator individual mais importante que afeta o nosso desempenho. Crie o estado correto e tudo vem atrás, inclusive a eliciação de bons estados de aprendizado para os nossos alunos. Aprender a modelagem do acompanhar e liderar foi um elemento vital no desenvolvimento das nossas capacidades de ensino e nos forneceu uma lista de opções para gerenciar os alunos e as classes mais difíceis. É justo dizer que a PNL nos deu a escolha consciente e deliberada de um mecanismo que não tínhamos antes.
A arte da doninha na sala de aula
Quando os alunos começaram a prestar mais atenção na linguagem e no estado, cada professor percebeu como a simples mudança da sua linguagem mudava o seu pensamento e totalmente o seu estado na sala. Muitos ficaram assombrados com os resultados que poderiam obter nas situações da sala de aula com a mudança nos operadores modais e ao prestar maior atenção na estrutura da linguagem.”
BIBLIOGRAFIA:
1. Richard Bandler and John Grinder, A Estrutura da Magia, Ed. LTC, 1977.
2. Richard Bolstad, Margot Hamblett, Te Hata Ohlson and Jan Hardie, Communicating Caring, Longman Paul, Auckland, 1992
3. Eric Jensen, The Learning Brain, Turning Point for Teachers, 1994.
4. Joseph O’Connor and John Seymour, Treinando com a PNL, Ed. Summus, 1996.